sábado, 19 de fevereiro de 2011

. equação etária .

‎...e veja só se eu não descubro que sou benevolente ao equacionar a idade das pessoas.
Eu digo: 12 anos.
...as pessoas me corrigem e dizem: Não, 7.

Não osbtante, retificam: "Pensando bem...6 anos e 4 meses."

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

. teoria da relatividade .


Procrastinação?
...tudo depende do referencial: ao optar por fazer uma determinada coisa em detrimento de tantas outras, estaremos procrastinando em relação ao que tenha sido deixado de canto....é uma condição humana. (o que se há de fazer?)

Teoria da Relatividade aplicada à preguiça.

[tem limite pra nerdice de certas pessoas?]

terça-feira, 3 de agosto de 2010

. se olhas, vê; se vês, repara .

...vejamos.

O abandono da razoabilidade emocional em prol de uma racionalidade desarrazoada não me parece muito...razoável. Com o perdão do trocadilho infame, é claro.
O que pretendiam - e ainda espero pretender - dizer com esse emaranhado de palavras é que a aparente racionalidade é, às vezes, a mais insensata das abdicações.
E, de todas, talvez a mais ..., porque se consuma através da resignação, da apatia.
A mera abdicação pode, por vezes, produzir uma sensação ilusória de racionalidade. E por que não? Estar-se-ia, em tese, demonstrando o controle emocional em resistir a algo por que tem apreço, como se o subconsciente discursasse sua "desnecessidade" do que quer que seja.

...dO que, em verdade, é.
Essencialmente.

[quanto mais a fundo se vasculha a alma, de mais elementos se descobre que são feitas suas nuvens...cada um deles descobre-se existir, como não poderia deixar de ser, na sua falta. no momento em que a nuvem se esvai...e a alma fica só chumbo]

Espero não voltar ao estado geológico em que me encontrava, às vésperas de, paulatinamente, decidir por sentir, é o que você pensa.

...em meio à atmosfera cinza, vê uma voz ensaiando dizer a um conhecido interlocutor: "me deixa morar neste azul".

...e, repentinamente, um lampejo te diz que das palavras ditas e de tudo aquilo que não é dito, mas sentido, você percebe o cinza-chumbo se desfazendo em tons timidamente azulados.
E você espera não estar errada.

Esperamos.

[ouso dizer, com a devida licença poética.]

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

. the whole lyrics .

...i mean, almost.

[some parts were strategically erased]

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On the corner of main street
Just tryin' to keep it in line

Can you read my mind?

I never really gave up on
Breakin' out of this two-star town
I got the green light
I got a little fight
I'm gonna turn this thing around

Can you read my mind?

The good old days, the honest man;
The restless heart, the Promised Land
A subtle kiss that no one sees;
A broken wrist and a big trapeze

Well I don't mind, if you don't mind
'Cause I don't shine if you don't shine
Before you go, can you read my mind?

It’s funny how you just break down
Waitin' on some sign
I pull up to the front of your driveway
With magic soakin' my spine

Can you read my mind?

(...)

Well I don't mind, if you don't mind
'Cause I don't shine if you don't shine
Before you jump
Tell me what you find when you read my mind

Slippin’ in my faith until I fall
Man, open the door, don't let it sting
I wanna breathe that fire again

She said I don't mind, if you don't mind
'Cause I don't shine if you don't shine

Put your back on me
Put your back on me
Put your back on me

The stars are blazing like rebel diamonds cut out of the sun
When you read my mind


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segunda-feira, 5 de julho de 2010

. a boy and his blob .

Pessoas como eu [e você - desde que a platéia seja restrita...ou não, talvez seja uma dessas questões humanas das mais corriqueiras, para a surpresa de pessoas pretensamente deslocadas - para usar aqui um eufemismo - como...nós?].

Pessoas que passam grande parte de suas vidas - que, às vezes, soma pouco mais de duas décadas, é bem verdade - engendrando maneiras de se precaver.

Sabe-se-lá-Deus-do-quê.

...e não é que vêm a ter plena-dimensão?

Inadvertidamente.

Feliz o homem marçano,
Que tem a sua tarefa quotidiana normal, tão leve ainda que pesada,
Que tem a sua vida usual,
Para quem o prazer é prazer e o recreio é recreio,
Que dorme sono,
Que come comida,
Que bebe bebida, e por isso tem alegria.

[com a devida licença poética]

Devaneios à parte, como não poderia deixar de ser.

...é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio


...veja só você.


[com o perdão do tom espirituoso em esquadros]

...alguém tem por aí um alfinete existencial?
Eu emprestei-te, certa feita...te recordas?
Cabe a ti, agora, soprar dele a poeira e entregar-me.
...seria, em verdade, um presente nosso...faríamos bom uso dele.

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sábado, 3 de julho de 2010

...e agora, José? José Saramago.

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"A lucidez é um luxo ao qual nem todos podem se dar."

Nesta sexta-feira (18), dia de sua morte, o blog traz "Pensar, pensar", uma pequena reflexão do autor sobre a sociedade atual.

"- Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma."

Infelizmente, hoje, a humanidade fica um tanto menos lúcida.

Um tanto considerável.

[com o perdão do clichê]

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[sei que já faz alguns dias, mas não custa deixar registrado]

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Italo Calvino

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Disse:

- É tudo inútil, se o último porto só pode ser a cidade infernal, que está lá no fundo e que nos suga num vórtice cada vez mais estreito.

E Polo:

- O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço."

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

pablo neruda por clarice

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- O que é angústia? - indaguei-lhe.
- Sou feliz - Foi a resposta.

(...)

- Diga alguma coisa que me surpreenda.
- 748.
(E eu realmente surpreendi-me, não esperava uma harmonia de números).

(...)

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terça-feira, 23 de setembro de 2008

CONTARDO CALLIGARIS

"Ensaio sobre a Cegueira"
Somos capazes de tudo: o apocalipse nos testa e nos revela a nósmesmos e ao mundo.
Gosto dos romances e dos filmes apocalípticos, ou seja, das históriasem que algum tipo de fim do mundo (guerra nuclear, invasão extraterrestre, epidemia etc.) nos força a encarar uma versão laica eíntima do Juízo Final. Nessa versão, Deus não avalia nosso passado,mas, enquanto o mundo desaba, nosso desempenho mostra quem somosrealmente. No desamparo, quando o tecido social se esfarela e as normasperdem força e valor, conhecemos, enfim, nosso estofo "verdadeiro". Somos capazes do melhor ou do pior: o apocalipse nos testa e nos revela.
O primeiro romance apocalíptico (de 1826) talvez tenha sido "O ÚltimoHomem" (ed. Landmark), de Mary Shelley, que é também a autora de"Frankenstein". De fato, as duas obras são animadas pelo mesmo sonho:uma criatura radicalmente nova pode ser fabricada no bricabraque de umnecrotério ou nascer das cinzas da civilização. Em ambos os casos, elaserá sem história, sem ascendência, sem comunidade e, portanto,penosamente livre - para o bem ou para o mal.No romance de Mary Shelley, aliás, a causa da catástrofe é umaepidemia, como na "Peste", de Camus, e como no "Ensaio sobre aCegueira", de Saramago, que é agora levado para o cinema por FernandoMeirelles.
A obra de Meirelles é fiel ao livro que a inspira, mas, para contar amesma história, consegue inventar uma eloqüência própria, sutil e forte.Por exemplo, o filme banha numa luz esbranquiçada e difusa que não éapenas (como foi dito e repetido) uma evocação da cegueira branca queaflige a humanidade: é a atmosfera ordinária de nosso universodesbotado, em que a trivialidade do cotidiano desvanece os contrastes -até que as sombras e os brilhos sejam revelados na "hora do vamos ver",que acontece, paradoxalmente, porque todos (ou quase todos) perdem avisão.
Depois de assistir ao filme, li algumas das críticas que ele recebeu emCannes. A nota de Manohla Dargis, no "New York Times" de 16 de maio, porexemplo, é paradoxal: Dargis acusa o filme de ser uma Alegoria com "A"maiúscula, em que, aos personagens, faltaria espessura. Certo, ospersonagens de "Ensaio sobre a Cegueira" quase não têm história prévia,assim como a cidade em que os fatos acontecem (uma mistura de São Paulocom Toronto) é uma cidade moderna qualquer, cujas particularidades nãocontam. Essa, justamente, é a beleza do gênero: o surgimento quaseabstrato de uma situação extrema, em que se trata de escolher e agir apartir de nada. O passado, o lugar não contam: os personagens sãodefinidos por suas escolhas aqui e agora.
Dargis também se queixa da oposição que lhe parece excessiva, no filme,entre "os bons" e "os ruins", ou seja, entre os que, na cegueira,descobrem e aprimoram sua humanidade e os que a perdem. É uma queixacuriosa, pois, em quase todas as narrativas apocalípticas, acontraposição de retidão e bestialidade é o sinal de uma liberdadequase absoluta, angustiante: o fim do mundo é um bívio sem leis, semflechas, sem compromissos, onde qualquer um pode escolher o horror ou aesperança. A oposição caricata dos bons e dos ruins expressa a incertezado espectador, do leitor e do autor: "Você, se, por uma misteriosaepidemia, o mundo ficar cego, se o reino da lei acabar e começar a idadeda luta pela sobrevivência, de que lado estará? Do lado dos queinventarão novas formas de abusos ou dos que descobrirão novas formasde respeito e de vida comum? Uma vez perdida a visão, o que vocêenxergará no seu vizinho: mais uma mulher para estuprar e um otário paraexplorar ou um irmão, perdido que nem você?".
No "Ensaio sobre a Cegueira" (de Meirelles e de Saramago), diferente doque acontece em muitas narrativas apocalípticas, a heroína é uma mulher, e as mulheres são as depositárias da esperança; elas saem engrandecidaspelas provas da situação extrema.
São elas que, para o bem de todos, entregam-se aos estupradores,aviltando não elas mesmas mas os que as violentam, com uma coragem quesalienta a covardia dos maridos ciumentos ou zelosos de sua "honra". São elas que sabem cuidar de uma criança ou matar quando é preciso. São elasque reinventam a amizade (em cenas memoráveis: a das mulheres lavando ocorpo da companheira espancada à morte e a das mulheres no chuveiro). Aviso, caso, um dia, a gente tenha que recomeçar tudo do zero: em geral, as mulheres sabem, melhor do que os homens, o que é essencial navida.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Doubts

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Some answers to some questions

...because it's necessary to force a coherence on the scene that it didn't necessarily have.

...because there was no philosophical core to it.

...because of the relationship between memory and the unfolding of time.

...because of the connection between the order of things and the strange intersection of events in the world.

...because of what happens if you try and make the most of each day in life.

...because some things are remembered with clarity and some things are not.

...because we are all egotists who allow our feelings to dominate our lives.

...because we pay more attention to some things than to others.

...because the threat of violence is very close to us all.

...because life ia a means of extracting fiction.

...because mundane incidents can often be elevated to fable.

...because history is man made.

...because each life makes its myths.

...because myths have a force that can never be entirely tamed by ironic aesthetic contemplation.

...because of the relatinship between the world of imagination and the real world.

...because if no-one tells the story there is no story.

...because music is not just what you hear or what you listen to but everything that happens.

...because we can't see other people's thoughts.

...because we like to know a lot that we aren't told.

...because freedom which on this earth can only be bought with a thousand of the hardest sacrifices must be enjoyed unrestrictedly in its fullness without any kind of programmatic calculation as long as it lasts.

...because timedamages the memory and memory burns into time.

...because people looked back at the way things happened as if they had happened exactly as remembered.

...because fact is a fact.

...because of an inscrutable combination of audacity and innocence.

...because if life is not worth living songs are not worth singing.

...because blankness and minimalism are balms poured upon our overused optical nerves and overcrowded brain cells.

...because someone on the bus whispered in Ian's ear that the world does not exist and he couldn't help but agree.

...because the world carries weight and always weights the same.

...because we all live in dream worlds.

...because his imagination was out of place.

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sexta-feira, 27 de junho de 2008

. palavras .

No momento em que escrevo, minha nudez é casta.

._. Clarice Lispector ._.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

under (de)construction [Please check back at a later time, thanks]

É, quando tudo faz sentido (demasiado sentido), as palavras parecem conspirar contra você.

As palavras não querem fazer sentido, querem imagens desconexas, abstrações concretas...

...tô indo ali desconcertar o meu mundo e já volto.