É. Infelizmente, não tenho toda essa desenvoltura literária.
Qualquer dia desses, quem sabe.
Ênio Mainardi, meus caros:
O que costumo ouvir desatento é mais interessante que o que me dizem com atenção.
Falam matemática e física, ouço matemática espírita. Não pode ser isso. Recuso. São meus ouvidos loucos, surdos. E fico com a versão dadaísta, impressionista, surrealista.
O louco verbal me atrai mais do que o razoável convencional.
Dessa maneira, afino minha audição para o silêncio calculado, espantado. Fico quieto, observante, atento às palavras passantes.
O que ouço e me faz silencioso são as frases ditas sem palavras. Como os gatos e os cachorros, percebo freqüências mudas.
Meu futuro, meu passado, ecoam fazendo tremer minha intuição apavorada, não desejada. Não quero, prefiro não saber ignorar.
E então volto a sintonizar no mundo real, anormal.
[sim, sim...o nome do blog foi inspirado "nisso" aqui.]
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