terça-feira, 3 de agosto de 2010

. se olhas, vê; se vês, repara .

...vejamos.

O abandono da razoabilidade emocional em prol de uma racionalidade desarrazoada não me parece muito...razoável. Com o perdão do trocadilho infame, é claro.
O que pretendiam - e ainda espero pretender - dizer com esse emaranhado de palavras é que a aparente racionalidade é, às vezes, a mais insensata das abdicações.
E, de todas, talvez a mais ..., porque se consuma através da resignação, da apatia.
A mera abdicação pode, por vezes, produzir uma sensação ilusória de racionalidade. E por que não? Estar-se-ia, em tese, demonstrando o controle emocional em resistir a algo por que tem apreço, como se o subconsciente discursasse sua "desnecessidade" do que quer que seja.

...dO que, em verdade, é.
Essencialmente.

[quanto mais a fundo se vasculha a alma, de mais elementos se descobre que são feitas suas nuvens...cada um deles descobre-se existir, como não poderia deixar de ser, na sua falta. no momento em que a nuvem se esvai...e a alma fica só chumbo]

Espero não voltar ao estado geológico em que me encontrava, às vésperas de, paulatinamente, decidir por sentir, é o que você pensa.

...em meio à atmosfera cinza, vê uma voz ensaiando dizer a um conhecido interlocutor: "me deixa morar neste azul".

...e, repentinamente, um lampejo te diz que das palavras ditas e de tudo aquilo que não é dito, mas sentido, você percebe o cinza-chumbo se desfazendo em tons timidamente azulados.
E você espera não estar errada.

Esperamos.

[ouso dizer, com a devida licença poética.]

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